CENÁRIO NOS PRINCIPAIS COLÉGIOS ELEITORAIS APONTA PARA AMPLIAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DA BASE DE CAIADO
As eleições municipais que se aproximam nunca foram tão favoráveis a um governador como parece ser o caso de Ronaldo Caiado, cujos aliados contam com perspectivas de vitória na maioria esmagadora das cidades mais importantes do Estado, com exceção apenas de Aparecida – e mesmo assim a conferir. Candidatos ligados a Caiado estão muitíssimo bem em Rio Verde (Paulo do Vale, DEM); Trindade (Dr. Antônio, também DEM); Anápolis (Roberto Naves, PP); Catalão (Adib Elias, Podemos); Goianésia (Renato de Castro, MDB); Jataí (Zé Carapô, DC); Palmeiras (Alberane Marques, Republicanos), incluída nesta lista por ser a cidade natal do ex-governador Marconi Perillo e, por último, como cereja do bolo, Goiânia, onde Iris Rezende, MDB, é favorito absoluto, em uma situação inédita na história política da capital em que não há concorrentes à vista para ameaçar a sua reeleição. Até Aparecida, mesmo sem negar as sólidas expectativas a favor da recondução de Gustavo Mendanha, MDB, pode acabar colaborando para esse cenário favorável à base municipalista de Caiado com a candidatura do deputado federal Glaustin Fokus, que tem potencial para se constituir em fato novo e ameaçar a velha política local. O atual governador, com uma estrutura municipal fortalecida que pode emergir das urnas vindouras, reforça o cacife pessoal com que conta para bancar a disputa por mais um mandato, sua intenção declarada para 2022, ainda mais depois que a chegada da pandemia a Goiás obrigou a um atraso e até a retrocessos no calendário do planejamento da administração – e, portanto, a uma dilatação do prazo necessário a execução do seu plano de governo.
RECEITA ESTADUAL, APESAR DA COVID-19, ESTÁ MELHOR QUE A DO ANO PASSADO
Em junho, pelo segundo mês consecutivo, a receita total do governo do Estado experimentou aumento, considerando os números do ano passado e mesmo depois da crise do coronavírus. Vejam só: a arrecadação bruta avançou de quase R$ 1,640 bilhão em maio para R$ 2,263 bilhões em junho, saltando 38,05% (ou seja, acréscimo de R$ 623,821 milhões). Trata-se de um salto espetacular, em razão das condições de contração da economia. Melhor: grande parte desse impulso veio do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), responsável por quase 70% da arrecadação bruta total. Em junho, a receita do ICMS aumentou 21,1% e alcançou R$ 1,412 bilhões, diante de R$ 1,166 bilhão em maio, o pior resultado do ano até agora. E confiram esse dado: no acumulado do 1º semestre deste ano, a arrecadação bruta total alcançou R$ 11,582 bilhões, R$ 70,274 milhões a mais que os seis meses de 2019). Quem, da oposição, estiver torcendo por um estrangulamento financeiro do governo Caiado, pode tirar o cavalo da chuva.
VANDERLAN NÃO CONSEGUE APARECER COMO DESTAQUE NO SENADO. E NÃO É FÁCIL, MESMO
É provável que o senador Vanderlan Cardoso tivesse uma expectativa mais elevada quanto às suas perspectivas de fazer um bom trabalho na Câmara Alta e quem sabe até ganhar algum destaque nacional. Mas isso não aconteceu. Os levantamentos de órgãos especializados, como o Congresso em Foco, ou o Departamento Intersindical de Assessoria Sindical (DIAP), não citam o parlamentar goiano. É compreensível. Executivo por natureza, oriundo dos negócios privados, em que se deu muito bem, Vanderlan não tem vocação legislativa, digamos assim, nem nunca terá. Não é um formulador e carece de base social e política em Goiás, não se apresentando como uma liderança orgânica, mais se caracterizando por um estilo solitário de atuação. Além disso, o Senado é um palco cruel com quem não tem jeito ou experiência. Ali, só brilham as cabeças realmente bem preparadas, além dos que, negativamente, se destacam pelo exotismo, como Jorge Kajuru. Quem não tem um modelo de atuação capaz de atrair o respeito dos colegas e a atenção da mídia, dança.
FAZ 20 ANOS QUE A POLÍTICA DE CATALÃO GIRA ENTRE ADIB E JARDEL
A confirmação da candidatura do deputado estadual Gustavo Sebba a prefeito de Catalão, vem, enfrentando diretamente pela terceira vez o ferrenho adversário Adib Elias, mostra que a política local está estagnada há 20 anos, girando em torno dos mesmos atores. As cabeças catalanas mais esclarecidas gostam de se referir à sua cidade como a “Atenas de Goiás”, em alusão ao seu glamour cultural (tem várias universidades e 10 teatros), econômico (duas montadoras de veículos e uma de máquinas agrícolas estão ali instaladas) e político (suas lideranças sempre foram estadualizadas). Na verdade, não é nada disso. Trata-se de uma paróquia extremamente provinciana e com um nível baixíssimo em se tratando de debate eleitoral, em que as picuinhas pessoais sempre sobrepujaram o interesse público. E, pelo que se vê, não muda. Gustavo Sebba x Adib Elias será a reedição desse filme triste.
IRIS: EXCELENTE GESTOR PARA OBRAS, PÉSSIMO PARA PRESTAR SERVIÇOS ESSENCIAIS
A explosão da pandemia em Goiás – e principalmente em Goiânia – deixou claro que Iris Rezende é um excelente gestor para obras, não para administrar com eficiência a prestação de serviços essenciais, como Saúde, para a população. A informação, não contestada pelo Paço Municipal, de que dois terços dos recursos enviados pelo governo federal para o combate à nova doença continuam retidos no caixa e não foram gastos pegou muito mal para o prefeito. Pior ainda com a demissão da equipe que pilotava a Secretaria de Finanças, inclusive o titular da pasta. Iris, por conta do coronavírus, não fez nada para ninguém, não adiou impostos, demitiu milhares de funcionários de baixo salário, não forneceu alimentação para as crianças sem merenda escolar, nada, nada. Bem explorado, esse viés crítico pode pesar na campanha e complicar a busca pela reeleição do velho cacique emedebista.
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