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BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

POLÍTICA

Momento Político - 20 De Julho De 2020

20/07/2020 às 09h56


POR BLOG DO JLB | José Luiz Bittencourt

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CENÁRIO NOS PRINCIPAIS COLÉGIOS ELEITORAIS APONTA PARA AMPLIAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DA BASE DE CAIADO

As eleições municipais que se aproximam nunca foram tão favoráveis a um governador como parece ser o caso de Ronaldo Caiado, cujos aliados contam com perspectivas de vitória na maioria esmagadora das cidades mais importantes do Estado, com exceção apenas de Aparecida – e mesmo assim a conferir. Candidatos ligados a Caiado estão muitíssimo bem em Rio Verde (Paulo do Vale, DEM); Trindade (Dr. Antônio, também DEM); Anápolis (Roberto Naves, PP); Catalão (Adib Elias, Podemos); Goianésia (Renato de Castro, MDB); Jataí (Zé Carapô, DC); Palmeiras (Alberane Marques, Republicanos), incluída nesta lista por ser a cidade natal do ex-governador Marconi Perillo e, por último, como cereja do bolo, Goiânia, onde Iris Rezende, MDB, é favorito absoluto, em uma situação inédita na história política da capital em que não há concorrentes à vista para ameaçar a sua reeleição. Até Aparecida, mesmo sem negar as sólidas expectativas a favor da recondução de Gustavo Mendanha, MDB, pode acabar colaborando para esse cenário favorável à base municipalista de Caiado com a candidatura do deputado federal Glaustin Fokus, que tem potencial para se constituir em fato novo e ameaçar a velha política local. O atual governador, com uma estrutura municipal fortalecida que pode emergir das urnas vindouras, reforça o cacife pessoal com que conta para bancar a disputa por mais um mandato, sua intenção declarada para 2022, ainda mais depois que a chegada da pandemia a Goiás obrigou a um atraso e até a retrocessos no calendário do planejamento da administração – e, portanto, a uma dilatação do prazo necessário a execução do seu plano de governo.

RECEITA ESTADUAL, APESAR DA COVID-19, ESTÁ MELHOR QUE A DO ANO PASSADO

Em junho, pelo segundo mês consecutivo, a receita total do governo do Estado experimentou aumento, considerando os números do ano passado e mesmo depois da crise do coronavírus. Vejam só: a arrecadação bruta avançou de quase R$ 1,640 bilhão em maio para R$ 2,263 bilhões em junho, saltando 38,05% (ou seja, acréscimo de R$ 623,821 milhões). Trata-se de um salto espetacular, em razão das condições de contração da economia. Melhor: grande parte desse impulso veio do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), responsável por quase 70% da arrecadação bruta total. Em junho, a receita do ICMS aumentou 21,1% e alcançou R$ 1,412 bilhões, diante de R$ 1,166 bilhão em maio, o pior resultado do ano até agora. E confiram esse dado: no acumulado do 1º semestre deste ano, a arrecadação bruta total alcançou R$ 11,582 bilhões, R$ 70,274 milhões a mais que os seis meses de 2019). Quem, da oposição, estiver torcendo por um estrangulamento financeiro do governo Caiado, pode tirar o cavalo da chuva.

 VANDERLAN NÃO CONSEGUE APARECER COMO DESTAQUE NO SENADO. E NÃO É FÁCIL, MESMO

É provável que o senador Vanderlan Cardoso tivesse uma expectativa mais elevada quanto às suas perspectivas de fazer um bom trabalho na Câmara Alta e quem sabe até ganhar algum destaque nacional. Mas isso não aconteceu. Os levantamentos de órgãos especializados, como o Congresso em Foco, ou o Departamento Intersindical de Assessoria Sindical (DIAP), não citam o parlamentar goiano. É compreensível. Executivo por natureza, oriundo dos negócios privados, em que se deu muito bem, Vanderlan não tem vocação legislativa, digamos assim, nem nunca terá. Não é um formulador e carece de base social e política em Goiás, não se apresentando como uma liderança orgânica, mais se caracterizando por um estilo solitário de atuação. Além disso, o Senado é um palco cruel com quem não tem jeito ou experiência. Ali, só brilham as cabeças realmente bem preparadas, além dos que, negativamente, se destacam pelo exotismo, como Jorge Kajuru. Quem não tem um modelo de atuação capaz de atrair o respeito dos colegas e a atenção da mídia, dança.

 FAZ 20 ANOS QUE A POLÍTICA DE CATALÃO GIRA ENTRE ADIB E JARDEL

A confirmação da candidatura do deputado estadual Gustavo Sebba a prefeito de Catalão, vem, enfrentando diretamente pela terceira vez o ferrenho adversário Adib Elias, mostra que a política local está estagnada há 20 anos, girando em torno dos mesmos atores. As cabeças catalanas mais esclarecidas gostam de se referir à sua cidade como a “Atenas de Goiás”, em alusão ao seu glamour cultural (tem várias universidades e 10 teatros), econômico (duas montadoras de veículos e uma de máquinas agrícolas estão ali instaladas) e político (suas lideranças sempre foram estadualizadas). Na verdade, não é nada disso. Trata-se de uma paróquia extremamente provinciana e com um nível baixíssimo em se tratando de debate eleitoral, em que as picuinhas pessoais sempre sobrepujaram o interesse público. E, pelo que se vê, não muda. Gustavo Sebba x Adib Elias será a reedição desse filme triste.

 IRIS: EXCELENTE GESTOR PARA OBRAS, PÉSSIMO PARA PRESTAR SERVIÇOS ESSENCIAIS

A explosão da pandemia em Goiás – e principalmente em Goiânia – deixou claro que Iris Rezende é um excelente gestor para obras, não para administrar com eficiência a prestação de serviços essenciais, como Saúde, para a população. A informação, não contestada pelo Paço Municipal, de que dois terços dos recursos enviados pelo governo federal para o combate à nova doença continuam retidos no caixa e não foram gastos pegou muito mal para o prefeito. Pior ainda com a demissão da equipe que pilotava a Secretaria de Finanças, inclusive o titular da pasta. Iris, por conta do coronavírus, não fez nada para ninguém, não adiou impostos, demitiu milhares de funcionários de baixo salário, não forneceu alimentação para as crianças sem merenda escolar, nada, nada. Bem explorado, esse viés crítico pode pesar na campanha e complicar a busca pela reeleição do velho cacique emedebista.

EM RESUMO

  • Equívoco em curso: o deputado federal Glaustin Fokus, um empresário riquíssimo, parece estar contando em demasia com o apoio do governador Ronaldo Caiado para montar a estrutura da sua campanha em Aparecida.

 

  • Há mais de 2 anos envolvida em seguidos escândalos, seria conveniente a extinção da Codego, tal como foi feito com a Agetop, e a transferência das suas atividades para um departamento da Secretaria de Indústria & Comércio.

 

  • Especula-se sobre uma reviravolta em Anápolis, com o relançamento da candidatura a prefeito do deputado estadual Antônio Gomide, pelo PT, surpreendentemente recuperado. Pode ser e, se for, o eleito será ele.

 

  • Em um esforço notável de gestão financeira, o governador Ronaldo Caiado vai mais uma vez, em julho, pagar a folha do funcionalismo estadual dentro do mês vencido, isto é, até o dia 30. Com crise de coronavírus e tudo o mais.

 

  • Não existe símbolo maior de saúde financeira para um governo que os salários dos servidores em dia. No último mandato, Marconi Perillo e seu substituto José Eliton foram tragados pelas dificuldades e não conseguiram.

 

  • Goiás cruzou a linha das mil mortes pela Covid-19, mas o número de óbitos a cada dia está aumentando e não é demais imaginar que infelizmente, com tudo aberto, vamos em breve chorar 4 mil vidas perdidas.

 

  • Ao pedir demissão, o secretário de Finanças da prefeitura de Goiânia, Alessandro Melo, abriu o jogo e contou a verdade: o caixa municipal transborda, com R$ 650 milhões em dinheiro vivo para gastar onde Iris Rezende quiser.

 

  • Pela primeira vez, depois que Jair Bolsonaro vetou o projeto de lei relatado por ele que esticava a desoneração dos salários até 2022, o senador Vanderlan Cardoso ousou critica o presidente. Mesmo que timidamente.

 

  • O clima está quente nos bastidores da FIEG. São muitos os empresários que estão descontentes com a politização promovida pelo presidente Sandro Mabel e com atos despropositados como distribuir ivermectina aos associados.