Momento Político - 03 De Agosto De 2020

LISSAUER VIEIRA VENCEU O DESAFIO DA PANDEMIA, UM DOS MAIS DIFÍCEIS DA HISTÓRIA DA ASSEMBLEIA

A crise do novo coronavírus trouxe o fortalecimento da Assembleia Legislativa como poder estabilizador das relações políticas e econômicas em Goiás. Além de contribuir diretamente com a redução das suas despesas, o Poder encontrou novos mecanismos para continuar trabalhando e viabilizar as medidas adotadas pelo governador Ronaldo Caiado, em caráter de emergência muitas vezes, para o enfrentamento da pandemia. Foi assim que foi criado com sucesso o modelo das sessões virtuais, inspirado no software implantado pelo Senado Federal, e ao mesmo tempo administrado o ímpeto das bancadas, principalmente a oposicionista, com o objetivo de evitar que se adicionassem ingredientes explosivos a uma situação já difícil – como foi o caso do esvaziamento da tentativa de se implantar uma CPI em torno do afastamento temporário do secretário de Segurança Rodney Miranda, inocentado de acusações injustas em um inquérito de 15 dias da Polícia Civil. O presidente Lissauer Vieira soube atuar como o fiador do equilíbrio dos procedimentos parlamentares e a suas relações com os interesses da sociedade nos momentos mais agudos vividos nos últimos meses, mostrando uma inusitada capacidade para influenciar o corpo de deputados no sentido da moderação e do bom senso. Se não foi fácil, importa é que o desafio foi vencido, em um semestre de incertezas e dificuldades como nunca se viu antes na história do Legislativo estadual e mesmo de Goiás.

 SALADA DE CANDIDATOS DIVIDE A OPOSIÇÃO E SÓ FAVORECE DIVINO LEMES

A menos de 4 meses da data da eleição, o cenário eleitoral em Senador Canedo está praticamente definido: contra a reeleição do favorito Divino Lemes, do Podemos, devem se apresentar o fisioterapeuta Fernando Peloso, pelo PSD (apoiado pelo senador Vanderlan Cardoso, que parece ter desistido de lançar a sua mulher Izaura Cardoso); o ex-prefeito Misael Oliveira, pelo PDT; e a empresária Ruth Lopes, pelo PP. As últimas notícias dão conta de que o deputado estadual Júlio Pina, do PRTB, perdeu fôlego e, isolado, não deverá entrar na disputa. Essa salada de candidatos divide irremediavelmente a oposição a Divino Lemes e facilita a sua recondução para o quinto mandato na prefeitura canedense.

 CHAPA DE DANIEL VILELA EM 2022 PODE TER DELEGADO VALDIR COMO CANDIDATO AO SENADO

Os presidentes dos diretórios estaduais do MDB, Daniel Vilela, e do PSL, deputado federal Delegado Valdir, chegaram a um acordo de intenções que pode resultar em uma das chapas de oposição na sucessão do governador Ronaldo Caiado. Pela conversa, Delegado Valdir daria apoio para a reeleição de Gustavo Mendanha em Aparecida e ficaria em seguida com a vaga de candidato a senador, ao lado de Daniel Vilela para governador, em 2022, não só como contrapartida, mas também em razão da penetração popular do seu nome. É um acerto com prazo longo demais, o que, em política, é sempre perigoso. Mas a inserção de Aparecida no negócio pode dar segurança para ambas as partes.

 PROIBIÇÃO DE COLIGAÇÃO DO PSDB COM O DEM EM GOIÁS É LETRA MORTA

É dura a vida do PSDB em Goiás. Não bastassem as denúncias de corrupção que nunca cessam, envolvendo seus principais nomes, os passos errados politicamente também continuam se sucedendo e desgastando a legenda. Vejam essa: no mesmo dia em que o diretório estadual tucano proibiu coligações com o DEM com vistas às próximas eleições, o deputado federal Célio Silveira (o único do partido) deu de ombros e avisou com estardalhaço que ele e o PSDB local darão apoio ao deputado estadual Diego Sorgatto, exatamente do DEM, para prefeito de Luziânia. E o 1º suplente da bancada do PSDB na Assembleia, Chiquinho de Oliveira, anunciou que está de mudança para a cidade para trabalhar na campanha de Sorgatto – que, se eleito, abrirá vaga para Chiquinho assumir o mandato. Ou seja: a proibição do diretório nasceu como letra morta.

 KAJURU É O ÚNICO PARLAMENTAR GOIANO NA LISTA DE INFLUENCIADORES DA FSB

Com exceção do senador Jorge Kajuru, o ranking semanal da prestigiada Consultoria de Comunicação FSB nunca apontou em seus 3 meses de apuração qualquer outro parlamentar de Goiás no Congresso Nacional como influente nas redes sociais. A avaliação sai toda segunda-feira, apontando os 15 deputados federais e os 15 senadores que se destacaram nos dias anteriores, em termos de repercussão no Facebook, no Twitter e no Instagram. Nem sequer o Major Vítor Hugo, líder do presidente Jair Bolsonaro na Câmara, conseguiu até hoje aparecer na lista, denominada #FSBInfluênciaCongresso, que virou sonho de consumo dos políticos com mandato em Brasília.

 BASE PARTIDÁRIA DO GOVERNO É MAIOR QUE A DAS GESTÕES DO PASSADO

Em número de partidos, a base formada pelo governador Ronaldo Caiado é a maior jamais registrada em Goiás, maior que a das gestões do PSDB nos seus 20 anos de poder. O censo da semana passada apontou 13 legendas: DEM, Podemos, PMN, PMB, PPL, PRP, PROS, PRTB, PSC, PTC, PDT, PSB e Cidadania. E o governador pode contar ainda com parte expressiva do MDB (representada pelo prefeito de Goiânia Iris Rezende), sem falar que a outra ala, comandada por Maguito Vilela e seu filho Daniel, ensaia uma aproximação, além de grande parcela do PSL, principalmente no interior do Estado. Para qualquer governo, em qualquer época, é uma estrutura mais do que suficiente para fundamentar um projeto político de hegemonia.

 GUSTAVO MENDANHA É O MELHOR CANDIDATO A GOVERNADOR QUE O MDB TEM PARA 2022?

Aliados do prefeito Gustavo Mendanha estão antecipando a hipótese da sua candidatura a governador em 2022, dando como certa a reeleição em 15 de novembro próximo. É uma intriga e tanto, já que cria fissuras entre Mendanha e o grupo do presidente estadual do MDB, o ex-deputado federal Daniel Vilela, que também é postulante declarado ao mesmo cargo. A base dessa especulação (por ora) seria a forte penetração popular que o prefeito aparecidense teria, segundo alegam, na região da Grande Goiânia, enquanto Daniel é praticamente um desconhecido entre esse mesmo eleitorado. “Gustavo Mendanha é uma ameaça muito maior à mais um mandato para o governador Ronaldo Caiado do que qualquer outro nome na oposição”, dizem esses articuladores. A propósito: com o pleno conhecimento do beneficiário do raciocínio.

EM RESUMO

• Com cara de morto-vivo politicamente falando, o deputado federal Major Vítor Hugo segue se arrastando na liderança do governo na Câmara. Porque, de fato, quem exerce a função é o colega Arthur Lira, do PP de Alagoas.

• O presidente da Assembleia Lissauer Vieira oficializa, a qualquer momento, o seu apoio à reeleição do prefeito Paulo do Vale, pelo DEM, em Rio Verde. A decisão já foi comunicada ao governador Ronaldo Caiado.

• Nos últimos 4 meses, Goiás registrou a abertura de 7 mil novas pequenas, médias e grandes empresas, além de acrescentar mais 15 mil MEIs  às 330 mil já existentes até então. Mesmo com a pandemia da olvid-19 e tudo.

• O secretário de Transportes de São Paulo Alexandre Baldy intensificou sua presença em Goiás, por conta do início da campanha nos municípios. Ele planta sementes para a sua candidatura a vice-governador ou a senador em 2022.

• Apesar dos efeitos deletérios da crise da Covid-19 na arrecadação estadual, o governador Ronaldo Caiado segue sem atrasar a folha do funcionalismo: julho foi pago dentro do mês trabalhado, ou seja, no último dia 30.

• Goiás vive uma inflação de advogados eleitoralistas promovendo lives e se apresentando como especialistas que na verdade não são: a maioria nunca pôs os pés no TRE e menos ainda fez uma sustentação oral no tribunal.

• Mais uma vez a polícia do governador Ronaldo Caiado mostrou competência e velocidade para resolver casos graves. O assassinato do menino Danilo foi elucidado e os responsáveis presos em menos de 10 dias.

• O prefeito de Anápolis Roberto Naves, do PP, está tão convencido da reeleição que está analisando a conveniência de tocar a campanha de rádio e TV sem gastar recursos com marqueteiro. Ele mesmo faria o trabalho.

• A campanha do deputado Major Araújo a prefeito de Goiânia, pelo que se vê nas suas redes sociais agora no início, promete ser uma das mais agressivas da história eleitoral da capital. A violência verbal já está no ar.