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NOTÍCI@PURA | Divino Olávio

POLÍTICA

Coluna Noticia Pura - 28 De Novembro De 2019

28/11/2019 às 08h57


POR NOTÍCI@PURA | Divino Olávio

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De coração aberto Balestra elogia 1º ano do governo Caiado e não nega possibilidade de realinhamento político no futuro

 Dedicado às atividades de empresário rural no município de Inhumas desde que encerrou o seu 8º mandato consecutivo na Câmara Federal, o ex-deputado Roberto Balestra, 75 anos, disse que Caiado agiu corretamente no campo administrativo, nesse 1º primeiro ano de governo, segurando o caixa. Com as finanças organizadas, prevê o início da realização de obras a partir de agora. Aponta foco por parte do governador na direção escolhida, a quem descreve como um político que não aceita coisas erradas do governo e toma providências de pronto, quando necessárias. Em sua primeira entrevista desde que voltou à planície, Balestra aprova a condução do governo tanto em relação às medidas de readequação dos incentivos fiscais, quanto às pressões sobre a Enel. Fala de sua expectativa positiva em relação ao novo governo. Perguntado, Roberto Balestra não nega a possibilidade de voltar a fazer política com o atual governador no futuro, com quem diz possuir ligações políticas históricas em Goiás.  Esses e outros assuntos na entrevista exclusiva à Notícia Pura, a seguir.

Como avalia o 1º ano do governo de Ronaldo Caiado?

Roberto Balestra – Acho que ele está cumprindo o que ele prometeu na campanha, está organizando as finanças e logicamente, é o que todo mundo faz quando assume, de prefeito ao Presidente da República, que  é segurar o caixa. Então me parece ser o que ele fez e a partir de agora, deve começar a realizar obras.  Mas o que me saltou aos olhos foi que na semana passada, ele assinou um convênio de R$ 30 milhões com a Vila São Cotolengo, em Trindade. Quer dizer, um governo para atender o social, ele tem que estar com a parte econômica organizada.

Sua  expectativa em relação ao governo Caiado?

Balestra – Eu como em todo o governo eu só espero e desejo o melhor. Ele [Caiado] possui característica muito forte e diferente, se comparado aos governos anteriores, mas é uma pessoa focada e me parece que ele quer acertar; não dá espaço para coisa errada, toma providência na hora; na Segurança Pública me parece que as coisas estão caminhando bem, ele vem fazendo um bom trabalho na área. Mas é isso, o primeiro ano [do mandato] é de expectativa. Então, como ele segurou o caixa nesse primeiro ano, acredito que fará um bom trabalho nesses próximos três anos.

E sobre os incentivos fiscais?

Balestra – Acontece que [Goiás] era um Estado apagado, sem expressão nacional. Os incentivos, para um Estado que nunca teve, às vezes pode parecer benesses. Mas quem é empresário sabe o quanto isso representa para uma atividade nova, para a ampliação de um negócio. E o governo sempre faz isso focando em emprego, em desenvolvimento e recolhimento de impostos. Agora, em cada época houve a avaliação daquele momento. Entendo que agora é hora de se fazer uma nova avaliação, porque houve mudança no cenário nacional e internacional.

Então o governo está  correto?

Balestra – Está, ele tem que fazer isso aí e ninguém melhor para ajudá-lo [nessa adequação] do que o empresariado; têm a Fieg e as demais entidades, com muita experiência. E governo é o seguinte, ele oferece o mínimo e o outro lado pede o máximo. Então tem que haver o diálogo. Tudo que o governo fizer, o empresariado vai pedir mais, toda concessão que for feita ele vai querer mais. Agora, o governo tem que ter muita calma, parcimônia e muito diálogo. Nada é impossível, se com uma reunião não der [entendimento], faz duas, três, quatro, quantas forem necessárias. Mas no final, chegou à conclusão. Tem que ter transparência e conhecimento de causa dos dois lados, para chegar a um denominador comum. Então eu acho que está na hora, ele [governo] levantou a lebre, os empresários discordaram, o que é natural, mas eles vão chegar a um denominador comum.

Sobre o imbróglio com a Enel?

Balestra – Acho que o governo está certo. Eu não sei dentro da legislação se é possível anular o contrato, isso eu não sei... Mas é um negócio muito forte, que foi amarrado pelo governo federal. Mas de qualquer maneira tudo vale, no momento que o governo aperta à Enel, dá coragem aos empresários e a toda sociedade, para reclamar. Mas alguma coisa eu acho que eles [Enel] vão ter que refazer para não perder [a concessão]. Agora, se fizesse uma pesquisa aberta para as pessoas votar, em qualquer lugar em que elas estivessem, colocando ali o número do seu título de eleitor, sem precisar ir à urna, pra ele [cidadão] se manifestar sobre qual deve ser a posição do governo em relação à Enel. Aí ele [governo] teria um respaldo popular muito bom.

Algum outro ponto em especial, que chama a sua atenção?

Balestra – Uma coisa que me deixou mais tranquilo nesse governo foi a compreensão em relação ao problema da água em Goiânia, porque anteriormente a gente não se viu como foi tocado, no diálogo, as visitas. Sem pressão, convenceu todo mundo e não faltou água. Eu me curvo diante dessa situação porque foi muito importante a forma adotada pelo governo nessa questão da água, que resolveu o problema sem guerra.

O senhor encerrou a carreira política?

Balestra – A minha missão agora é ajudar os companheiros que sempre me ajudaram durante todos esses anos. Vou ajudá-los nessa eleição de prefeito, e aquele que falar que não candidato, mas apoia o fulano, então é aquele que eu apoio.

 Como vê a aproximação do PP com o governo Caiado?

Balestra – Eu estou vendo isso aí pela imprensa.  Eu tenho as reservas necessárias com relação ao Alexandre Baldy, ele tem uma história na política diferente daquela em que eu acredito. Mas ele me parece que, em função da interpretação que está sendo dada à política, ele está correto, muda de partido, negocia diretório que é uma arma poderosa.

 Marconi Perillo volta a fazer política?

Balestra – O Marconi, politicamente falando é uma pessoa muito forte, ninguém fica no poder 20 anos, se não tiver liderança. Ele teve esses problemas [os processos judiciais e a prisão]. Mas eu acredito que mais cedo ou mais tarde ele será inocentado ou condenado, mas tudo vence. Ele é uma pessoa nova, não parou de fazer política, continua ligando para os amigos, vai manter viva a imagem dele...

O senhor e o governador Ronaldo Caiado podem voltar a fazer política juntos?

Balestra – Eu fui companheiro dele a vida toda, nós éramos inseparáveis. Nessa eleição, como eu sempre tive posição clara e transparente... Eu só faço política com os companheiros e fizemos uma reunião com todos [em 2018] e eles disseram:  nós queremos apoiar o Zé Elitons. Então vamos apoiar. Mas eu nunca deixei de reconhecer os méritos políticos do Ronaldo, ele ganhou a eleição legitimamente, é o governador. Acho que temos um respeito mútuo muito grande e sabemos como nós somos, porque sempre fizemos política juntos. No passado o meu pai era companheiro do pai dele na política, meu avô era companheiro do avô dele. Então tem uma tradição. Agora, circunstancialmente ele está exercendo o mandato, eu fiz oposição a ele. Ele tem os companheiros que o ajudaram, que têm que e estar do lado dele. Seria uma afronta se ele me chamasse para o governo, principalmente no primeiro ano.

O senhor pode disputar a Prefeitura de Inhumas?

Balestra – Não, agora eu estou tentando é ser um bom marido, um bom pai, um bom filho, um bom companheiro e ver se ainda dou conta de ajudar a construir alguma coisa. Tudo tem o momento certo, agora é a vez dos companheiros que estão se preparando para a eleição de prefeito e vereadores. Eu já tive oito mandatos consecutivos, acho que está bom demais. Agora eu tenho que estar lá [em Inhumas] para apoiar os outros. O nosso candidato a prefeito é o atual, o João Antônio.